"Vitória" para o lobo ibérico?

Isabel Aguiar Pinto Mina é docente do Departamento de Biologia da Escola de Ciências da Universidade do Minho (DB - ECUM) desde 1982. Investigadora na área da Biologia Ambiental dedica-se de alma e coração à docência, sendo membro da Comunidade de Prática e Inovação em Ensino e Aprendizagem (CPEIA) da UMinho. Como coordenadora da UC Laboratórios de Biologia (LB), em 2019 promoveu a assinatura de um protocolo entre a ECUM e o International Iberian Nanotechnology Laboratory (INL). Este protocolo teve por objetivo integrar um projeto de voluntariado em literacia científica que acentua a humanização do conhecimento - Missão NERD (Nanotechnology Education and Research Demonstrations) em LB, aplicando metodologias de aprendizagem inovadoras recorrendo a estratégias multimodais(a). Durante a pandemia de COVID 19, os alunos de LB realizaram projetos colaborativos online escolhendo artigos mote de uma área de investigação biológica do interesse de cada equipa, onde exploraram as técnicas, equipamentos e procedimentos, para os apresentarem de forma simples. Um desses projetos foi sobre o lobo ibérico, que incluiu entre os produtos finais a proposta de um livro para crianças, que evidenciou muita imaginação e criatividade dos estudantes envolvidos. Ana Clara, a impulsionadora desse projeto, comprometeu-se a melhorar o livro então produzido, mas não publicado. As correções feitas incluíram a mudança de título, a criação de novas ilustrações e uma minuciosa revisão do texto. O resultado final, agora submetido a publicação, tornou-se mais adequado a um público alargado. Esta obra constitui um importante documento que atesta a marca deixada por metodologias de aprendizagem inovadoras que apelam à importância de valores humanos fundamentais, tais como a generosidade e a compaixão, contribuindo para o desenvolvimento dos estudantes como agentes de mudança na nossa sociedade.

Elisabete Fernandes é cientista na área de biossensores no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL). As suas responsabilidades incluem o desenvolvimento de biossensores para a deteção de biomarcadores de interesse clínico. Além disso, Elisabete é responsável pelo laboratório clínico do INL e pela sua implementação (BSL2). Ela está ativamente envolvida no desenvolvimento da estratégia de investigação para o cluster de saúde do INL.

Elisabete obteve o doutoramento em Engenharia Química e Biológica pela Universidade do Minho, Portugal, em 2013. O seu doutoramento focou-se no desenvolvimento de um biossensor utilizando bacteriófagos como elementos de bioreconhecimento, com parte do trabalho realizado na Universidade de Auburn, EUA, e na Universidade de Leuven, Bélgica. Durante os seus estudos de doutoramento, recebeu uma bolsa nacional da FCT e, posteriormente, uma Marie Curie Fellowship para a sua participação num projeto financiado pela UE relacionado com o diagnóstico do cancro.

Para além das suas atividades científicas, Elisabete é uma investigadora multidisciplinar envolvida em projetos pedagógicos a nível nacional e internacional. O seu trabalho tem sido publicado em conferências de comunicação científica e práticas pedagógicas. Ela é também uma defensora e apaixonada pela humanização e acessibilidade do conhecimento. O seu compromisso com estes ideais é evidente nas suas afiliações e envolvimentos. Elisabete está afiliada ao National Geographic como educadora certificada, contribuindo ativamente para a promoção da literacia científica. Além disso, é cofundadora e líder da Missão NERD, um projeto de voluntariado que visa fomentar a literacia científica no INL. Elisabete é também Educadora Certificada e Embaixadora de Compaixão Aplicada pelo Centro de Investigação e Educação em Compaixão e Altruísmo (CCARE) da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, EUA. A dedicação da Elisabete à integração da compaixão nos seus projetos sublinha a sua abordagem holística à ciência, educação e bem-estar social.

Ana Clara Cavalcante nasceu na região oceânica de Niterói (Rio de Janeiro) tendo vivido a sua infância rodeada por natureza, o que terá contribuído para despertar, desde criança, uma grande paixão pelos animais. Em 2019 iniciou a sua jornada académica em Biologia na Universidade Federal Fluminense (Brasil). Mudou-se para Portugal em 2020 tendo adotado Braga como sua nova casa e dando continuidade aos seus estudos, na Licenciatura em Biologia Aplicada (BA) da Universidade do Minho (UMinho). Sedenta de mais conhecimento sobre os animais, em 2022 inscreve-se no Mestrado Integrado em Medicina Veterinária da Universidade do Porto. Enquanto aluna de BA dedicou-se à sua paixão pela arte, ilustrando trabalhos de divulgação científica na área da Biologia. O desenvolvimento deste livro surgiu de um desafio feito no âmbito da Unidade Curricular (UC) Laboratórios de Biologia (LB) do 1º ano de BA, projeto que a Ana Clara quis ver melhorado e concretizado nesta obra. Novas ilustrações e textos apelam mais objetivamente ao amor não só pelos animais, mas por toda a natureza da qual fazemos parte, como caminho para cuidar e proteger o nosso planeta.

Camille Vieira nasceu no Rio de Janeiro e sempre se interessou por arte e design. Na adolescência mudou-se do Brasil para Orlando (Estados Unidos), onde abriu horizontes para diferentes possibilidades e caminhos proporcionados pela arte. Em 2018 veio para Braga, onde iniciou o ensino secundário na Escola Dona Maria II e a sua jornada formal como artista. Concluiu os seus estudos de Artes Visuais nessa escola, em 2022. Um dos seus primeiros exercícios de ilustração foi o escadório e o santuário do Bom Jesus, ex-libris de Braga, que desenhou na companhia da sua cadelinha Nori. A Nori serviu de modelo ao cão doméstico representado neste livro, para o qual Camille concretizou várias ilustrações, procurando superar seus limites, utilizando a sua arte e sensibilidade.